Corre Ceará

Caminhar ajuda a reduzir entre 25% e 50% o risco de problemas neurodegenerativos como o Alzheimer

Caminhar entre 3.800 e 9.800 passos por dia ajuda a reduzir o risco de declínio mental. A conclusão é de um estudo publicado recentemente na revista científica JAMA Neurology.

Pesquisadores dinamarqueses e australianos analisaram dados de mais de 78 mil pessoas com idades entre 40 e 79 anos que usavam acelerômetros de pulso. Eles contaram o número total de passos de cada pessoa por dia e, em seguida, os classificaram em duas categorias: menos de 40 passos por minuto – que seria o equivalente a uma caminhada de um cômodo para outro – e mais de 40 passos por minuto, ou a chamada caminhada “intencional”.

A equipe também analisou os melhores desempenhos. Ou seja, aqueles que deram mais passos em 30 minutos ao longo de um dia. Essas pessoas foram acompanhadas por sete anos, para saber quantas foram diagnosticadas com demência, de qualquer tipo, nesse período.

Em seguida, eles compararam os passos de cada pessoa com o diagnóstico. Depois de controlar fatores como idade, etnia, educação, sexo, status socioemocional, frequência de uso do acelerômetro, e estilo de vida como má alimentação, tabagismo, uso de álcool, uso de medicamentos, problemas de sono e histórico de doenças cardiovasculares.

Os resultados mostraram que pessoas com idades entre 40 e 79 anos que deram 9.826 passos por dia apresentaram uma redução de 50% no risco de desenvolver demência nos próximos sete anos. Mas uma quantidade menor também mostrou benefícios. Aquelas que andaram aproximadamente 3.800 passo reduziram o risco de demência em 25%.

Além da quantidade, a intensidade da caminhada é outro fator importante na prevenção de doenças neurodegenerativas. As pessoas que andavam a um ritmo superior a 40 passos por minuto, por exemplo, apresentaram redução de 57% no risco de demência com apenas 6.315 passos diários. Mas a maior redução na probabilidade da doença – 62% -, foi alcançada por pessoas que caminharam em um ritmo muito rápido de 112 passos por minuto, durante meia hora por dia, segundo o estudo.

“É uma atividade de caminhada rápida, como um power walk”, disse Borja del Pozo Cruz, professor adjunto adjunto da Universidade do Sul da Dinamarca em Odense, Dinamarca, e coautor do estudo.

Isso sugere que aqueles que não querem caminhar tanto, podem focar no ritmo de caminhada, em vez da distância. Hoje, dispositivos eletrônicos como smartwatches e até smartphones podem ser usados para contar os passos. Mas há outras formas de fazer isso. Por exemplo, é possível contar o número de passos que você dá em 10 segundos e então multiplicá-lo por seis.

As limitações do estudo incluem o fato de ter sido apenas observacional, o que impede estabelecer uma causa e efeito direto entre caminhar e um menor risco de demência, e a faixa etária dos participantes.

Estudos anteriores já haviam mostrado o impacto da caminhada e de outras atividades de lazer na redução do risco de demência. Um trabalho da Universidade do Mississipi, nos Estados Unidos, identificou sete hábitos capazes de reduzir em até 43% o risco de demência, até mesmo para aqueles com predisposição genética.

Matéria Original:
https://oglobo.globo.com/saude/medicina/noticia/2022/09/demencia-estudo-revela-quantidade-de-passos-diarios-necessarios-para-reduzir-o-risco-da-doenca.ghtml?utm_source=Instagram&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

19 − 2 =